A Fazenda Cananéia tem desenvolvido projetos para as áreas de genética, alimentação e manejo, por meio de convênios com instituições de ensino e pesquisa e de parcerias com empresas de diversos setores agrícolas.

A Fazenda recebe também visitas agendadas de turmas de estudantes de graduação e pós-graduação de instituições públicas e privadas de ensino superior.

Genética Angus

Nosso objetivo é produzir animais com genética Angus de qualidade (p. o.) para comercialização na região, formando parcerias com produtores de gado zebuínos para produzir e vender animais meio-sangue Angus. Estes animais serão comprados pela fazenda, que realizará o acabamento (engorda para o abate).

Carne de Qualidade Angus

A Fazenda Cananéia está se credenciando no programa de Carne Angus Certificada.

Nosso objetivo é produzir carne Angus com selo de qualidade e estamos em busca do selo sustentabilidade. Este selo é um protocolo firmado entre a Associação de Angus, Ministério da Agricultura e CNA, diante do anseio dos consumidores por uma maior transparência e de medidas ecologicamente sustentáveis no campo. Este programa é o único do gênero no país a estar lastreado por uma certificadora externa com mais de cem anos de experiência internacional, a alemã TÜV RHEINLAND, referência em atestar processos produtivos nos cinco continentes.

Os pilares da Certificação Angus de Sustentabilidade são:

  • Rastreabilidade do rebanho;
  • Sanidade animal;
  • Responsabilidade social;
  • Bem-estar bovino;
  • Biossegurança e sustentabilidade.

Irrigação

Com objetivo de aumentar a produtividade nas áreas de plantio, demos início a um novo projeto de irrigação, com a empresa Aquasolo Irrigação, de Santa Catarina.

O projeto abrange uma área de 30 ha que serão totalmente irrigados por um sistema fixo de aspersão. Neste sistema, as tubulações são todas enterradas com aspersores fixos em palanques a 3 m de altura. Esta área será dividida em doze módulos que, alternadamente, serão irrigados durante 19 horas, com um sistema que detecta e indica a necessidade de água.

Tratamento de Efluentes na Fazenda Cananéia

Buscando desenvolver uma produção sustentável, a Fazenda Cananéia propôs, em conjunto com pesquisadores da PUC-PR, sistemas integrados que minimizam e mitigam seus impactos ambientais.

Este processo foi constituído da seguinte forma: limpeza das baias; tanque de equalização; sistema de separação de fase; biodigestão anaeróbica; compostagem; biofertilizante e composto.

O consumo de água para atender ao padrão de qualidade da Fazenda Cananéia é de 30.000 l/d para limpeza e desinfecção das baias. Para esta atividade foram aplicadas as seguintes ações: estudo de sistema para inserir mais ar atmosférico nos bicos de lavagem visando diminuir o gasto de água. Outra condição pré estabelecida foi a utilização de uma caixa com volume fixo de água objetivando a lavagem do curral.

Logo após este processo foi inserido um tanque de equalização que é utilizado para superar os problemas operacionais advindos das variações que são observadas na vazão dos efluentes líquidos, o que comumente acontece. Tem três objetivos básicos:

  1. minimizar as variações de vazão de despejos específicos, de tal modo que favoreça uma constância necessária ao tratamento posterior;
  2. neutralizar os despejos;
  3. minimizar as variações de concentração, como DQO.

Para otimizar o sistema e reduzir o tempo de retenção hidráulica no processo, optou-se pela separação de fase com uma peneira rotativa. Dependendo da natureza e da granulometria do sólido, as peneiras podem substituir o sistema de gradeamento ou serem colocadas em substituição aos decantadores primários. A finalidade é separar sólidos com granulometria superior à dimensão dos furos da tela. O fluxo atravessa o cilindro de gradeamento em movimento, de dentro para fora. Os sólidos são retidos em função da perda de carga na tela, removidos continuamente e recolhidos em caçambas, sendo encaminhados para o processo de compostagem.

Kiehl (1985) define compostagem como sendo: “um processo controlado de decomposição microbiana, de oxidação de uma massa heterogênea de matéria orgânica” e nesse processo ocorre uma aceleração da decomposição aeróbica dos resíduos orgânicos por populações microbianas, concentração das condições ideais para que os microrganismos decompositores se desenvolvam (temperatura, umidade, aeração, pH, tipo de compostos orgânicos existentes e tipos de nutrientes disponíveis), pois utilizam dessa matéria orgânica como alimento e sua eficiência baseia-se na interdependência e inter-relacionamento desses fatores.

O líquido que passa pela peneira rotativa é encaminhado para o biodigestor. A digestão anaeróbica é uma maneira eficiente de tratar quantidades consideráveis de resíduos, reduzindo o seu poder poluente (Hiils, 1980 apud Moraes, 2000). A digestão anaeróbica é um processo segundo o qual algumas espécies de bactérias, que atuam na ausência de oxigênio, atacam a estrutura de materiais orgânicos complexos, para produzir compostos simples: metano, dióxido de carbono, água, etc, extraindo, em simultâneo, a energia e os compostos necessários para o seu próprio crescimento.

O resíduo tratado foi divido em duas áreas: biofertilizantes que possuem compostos bioativos, resultantes da biodigestão de compostos orgânicos de origem animal e vegetal. Em seu conteúdo são encontradas células vivas ou latentes de microrganismos de metabolismo aeróbico, anaeróbico e fermentação (bactérias, leveduras, algas e fungos filamentosos) e também metabólitos e quelatos organominerais em solutos aquosos. Segundo Santos e Akiba (1996), os metabólitos são compostos de proteínas, enzimas, antibióticos, vitaminas, toxinas, fenóis, ésteres e ácidos, inclusive de ação fito-hormonal produzidos e liberados pelos microrganismos; e os compostos (o vocábulo “compost”, da língua inglesa, deu origem a palavra composto, para indicar o fertilizante orgânico preparado a partir de restos vegetais e animais através de um processo denominado compostagem, KIEHL, 1998). É um material rico em húmus de cor escura, com teor de 50% a 70% de matéria orgânica, obtido pelo processo de compostagem. O composto orgânico é considerado um fertilizante orgânico, pois é preparado com estercos e restos vegetais que em condições normais não possuiriam valor agrícola.

Para otimizar os sistemas apresentados acima estamos abrindo várias linhas de pesquisas com universidades, institutos de pesquisa e instituições privadas para o desenvolvimento de novos produtos.

Pesquisador responsável: Anderson Cardoso Sakuma.
Anderson é professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUC-PR, possui graduação em Tecnólogo em Gestão Pública pela Universidade Federal do Paraná (2011), graduação em Tecnólogo em Gestão Ambiental pela Faculdade Educacional de Araucária (2010), mestrado em Engenharia e Ciências dos Materiais pela Universidade Federal do Paraná (2013) e é doutorando em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal do Paraná. Atualmente é pesquisador dos Institutos LACTEC, desenvolvendo pesquisas na área de Engenharia Ambiental, com ênfase em Tratamento de Efluentes, atuando no desenvolvimento de reatores anaeróbios para tratamento de resíduos agroindustriais e aproveitamento energético do biogás. Seu trabalho também envolve pesquisas com microalgas, biocombustíveis, tratamento de efluentes, agroindústria e biodigestores. 

Produção de Soja

Na safra de verão 2022/2023 começaremos a produzir soja em grão.

Em parceria com a empresa ZAAMP, do Paraná, adquirimos uma esmagadora de grãos de soja. Esta máquina processa farelo de soja extrusado (matéria prima para ração animal) e óleo de soja in natura, que será comercializado. A máquina processa 120 kg de grão de soja por hora. Para cada 60 kg de grãos de soja, a máquina produz 51 kg de farelo de soja e 8 kg de óleo de soja.

Além das qualidades do óleo, considerado extravirgem pela extração em um único processo a frio, o farelo de soja mantém um alto índice nutricional. Os processos convencionais permitem que o farelo atinja 85% de absorção pelo organismo animal, já pelo processo ZAAMP, este aproveitamento chega a 95%.